O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) é uma importante
iniciativa promovida pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação.
Seu principal objetivo é integrar ensino e serviço no Sistema Único de Saúde (SUS),
promovendo a formação crítica e prática de estudantes da área da saúde com base nas
necessidades do sistema público de saúde brasileiro.


Na Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp e a Escola Paulista de Medicina, o
PET-Saúde tem se destacado pela abordagem inovadora e colaborativa, contribuindo para
a transformação dos processos de ensino e assistência no SUS. Nesse contexto, a
professora Flávia, do Departamento de Saúde Coletiva da EPE, que também participa
ativamente do projeto, compartilhou sua visão sobre a importância do programa e suas
vertentes.

O que é o PET-Saúde Equidade?

A edição específica do programa, chamada PET-Saúde Equidade, foca na promoção da
equidade na saúde, abordando questões relacionadas a gênero, identidade de gênero,
sexualidade, raça, etnia, deficiências e interseccionalidades. Além disso, trabalha aspectos
de saúde mental e enfrenta violências no ambiente de trabalho, valorizando o papel das
trabalhadoras e futuros profissionais da saúde no contexto do SUS.

O projeto da Unifesp: Integração para a Equidade

O projeto da Unifesp, intitulado "Integração Unifesp/CRS Sudeste São Paulo - Ações para
Equidade na Formação e Trabalho em Saúde", é realizado em parceria com a
Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste (CRS Sudeste) de São Paulo. A iniciativa conta
com a participação de docentes, estudantes e profissionais do SUS, organizados em
Grupos de Aprendizagem Tutorial (GAT), que se encontram semanalmente para planejar e
executar atividades práticas.


Essas atividades incluem letramento racial crítico, formações sobre equidade de gênero,
acolhimento de profissionais em situação de vulnerabilidade e enfrentamento de violências
e sofrimento mental no ambiente de trabalho. O objetivo é promover mudanças
significativas nos processos de formação e na cultura institucional do SUS, de modo a
construir um ambiente mais inclusivo e equitativo.


Impactos do projeto

Para os estudantes da Unifesp, o PET-Saúde proporciona uma formação mais crítica e
contextualizada, abordando temas como racismo, misoginia, transfobia e capacitismo. A
participação no projeto os aproxima da realidade do SUS, fortalecendo seu compromisso
com a promoção da equidade na saúde.

Para os docentes, o projeto traz a oportunidade de repensar práticas pedagógicas,
incorporando metodologias ativas e ampliando a perspectiva da interprofissionalidade. Isso
contribui para preparar professores e preceptores para lidar com a diversidade e promover
inclusão.


Nos serviços de saúde da CRS Sudeste, o PET-Saúde auxilia na construção de políticas de
equidade, no acolhimento de profissionais em situação de vulnerabilidade e no combate às
violências e sofrimentos mentais no ambiente de trabalho. Esses impactos são
fundamentais para um atendimento mais humanizado e eficaz às populações
vulnerabilizadas.


Depoimentos e Vivências

Pedro Luis Corrêa, um dos estudantes de enfermagem participantes do projeto,
compartilhou sua experiência: “Participar do PET-Saúde me fez enxergar a complexidade
das iniquidades na saúde e entender o meu papel como futuro profissional no
enfrentamento dessas desigualdades. É um aprendizado que vai além da sala de aula.”

A professora Flávia finaliza destacando: “O PET-Saúde Equidade nos faz refletir
constantemente sobre a importância de um sistema de saúde justo, diverso e acolhedor,
não apenas para quem recebe o cuidado, mas também para quem o presta.”

O projeto da Unifesp no PET-Saúde é, sem dúvida, um exemplo de como a universidade e o
SUS podem caminhar juntos na construção de uma sociedade mais igualitária e saudável.