No dia 16 de agosto de 2022, o Hospital Universitário II da UNIFESP inaugurou no seu 10º andar o mais novo Ambulatório de Práticas Integrativas voltadas para os pacientes oncológicos acompanhados no Hospital São Paulo. A inauguração contou com a presença do presidente do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa, Vice-Reitora da UNIFESP, Diretor e Vice-diretora da Escola Paulista de Enfermagem (EPE), Coordenadora da Câmara de Extensão e Cultura (CAEC-EPE), Diretora do corpo clínico do Hospital São Paulo, Diretora de Enfermagem do Hospital São Paulo, Coordenadoras do Programa de Extensão  Acolheonco e do Projeto de Extensão Bem-te-vi, entre outras autoridades da área. 

Da esquerda para direita: Ricardo Ghelman, presidente do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa; Raiane Assumpção, Vice-reitora da UNIFESP; Janine Schirmer, vice-diretora da EPE; Alexandre Balsanelli, diretor da EPE; Suey Sun, diretora clínica geral do HU2; Karen Mendes, coordenadora do Ambulatório de Oncologia Integrativa do HU2; Edvane Birelo, coordenadora do programa Acolh-eonco; Cassiane Dezoti,  coordenadora da Câmara de Extensão e Cultura da EPE; Ieda Carneiro, diretora de enfermagem do hospital São Paulo e HU2.

O ambulatório é fruto de programa e projeto de duas grandes extensões da Escola Paulista de Enfermagem, o Programa de Extensão Acolhe-onco, que há 14 anos tem como objetivo fortalecer o paciente/familiar/cuidador para gerenciar as situações advindas do processo de adoecimento em oncologia, promover, também, estudos sobre as melhores práticas assistenciais e educativas por meio da interação interdisciplinar e da participação conjunta do paciente/familiar/cuidador. E o projeto de extensão Bem-te-vi que há 5 anos vem desenvolvendo a atuação das práticas integrativas junto ao cuidado a saúde e bem estar da comunidade.

Portanto a junção dessas duas extensões só poderia resultar em algo magnifico! A ideia tomou forma junto com a participação de diversos especialistas na área das práticas integrativas. O ambulatório contará com: meditação, reiki, aromaterapia, aconselhamento biográfico, auriculoterapia,  e arteterapia. 

Entrada para o ambulatório de oncologia e o ambulatório de oncologia integrativa.

Em entrevista com a coordenadora do Ambulatório de Oncologia Integrativa do HU2 da Unifesp e do projeto de extensão Bem-te-vi, a Professora Dra. Karen Mendes, contou como foi a idealização e como funcionará o ambulatório. 

 

Como surgiu a ideia do Ambulatório? 

Professora  Karen Mendes:  O Ambulatório de Oncologia Integrativa surgiu a partir do convite da Professora Dra. Edvane Birelo Lopes de Domenico, que tem uma larga atuação na enfermagem oncológica e trouxe esse desafio para nós do projeto Bem-te-vi, que há 5 anos trabalhamos com práticas integrativas, então foi uma oportunidade de trazer os benefícios dessas práticas, que são fundamentadas em evidência, para as pessoas que estão em tratamento de câncer e aqueles que já tiveram alta e que também podem continuar para obter maior qualidade de vida.

Como irá funcionar? 

Professora  Karen Mendes:  O paciente poderá participar conforme for de sua preferência, por exemplo, ele pode escolher como qual prática ele gostaria de participar ou se ele gostaria de conhecer um pouco de cada para decidir. O paciente será atendido conforme sua necessidade e vontade, ele pode decidir realizar duas ou mais práticas no mesmo dia, ou ainda pode se vincular a somente uma. Nas próximas visitas, o usuário pode trocar de prática ou seguir com a mesma. As únicas práticas que possuem horários fixos são a meditação e arteterapia, porem os horários de ambas não são o mesmo, e também é possível entrar no meio da sessão no caso da arteterapia.

Qual será o fluxo de atendimento? 

Professora  Karen Mendes:  Aqui seguindo o calendário das ações extensionistas, nós iremos ofertar as práticas, prioritariamente, na terça-feira à tarde com livre demanda. Então o usuário vem, normalmente com o encaminhamento ou recomendação da equipe multiprofissional da oncologia. Eles podem se beneficiar de uma das práticas que a gente oferece no ambulatório. 

Apenas pacientes do Ambulatório de Oncologia do hospital que podem usar o serviço?

Professora Karen Mendes:  Especificamente aqui no décimo andar do HU2, será apenas para os pacientes do ambulatório e que são regulamentados no serviço. Mas a prática do Liam Gong em 18 terapias é ofertada na Quadra da Associação Atlética Pereira Barreto. Nós estamos fazendo parceria com 2 unidades básicas aqui próximo para que os pacientes do entorno possam se beneficiar e também participar das práticas assim como os usuários do Ambulatório da Oncologia da UNIFESP.

Quantos voluntários estão envolvidos? 

Professora  Karen Mendes:  Eu precisaria calcular melhor, mas no projeto como um todo tem cerca de 36 voluntários. 

Os voluntários da Acolhe-Onco estão incluídos nessa conta?

 Professora  Karen Mendes: Não, somente ao projeto Bem-te-vi, eles se dividem entre 3 eixos, sendo eles: o eixo das Plantas medicinais, em que a gente faz rodas de conversa para idosos e seus cuidadores; o eixo da meditação para idosos, em que a gente faz meditações online e o Ambulatório da Oncologia Integrativa, o qual está funcionando de forma presencial.

Tem estudantes envolvidos? 

Professora Karen Mendes: Sim, há aqueles que entram como extensionistas, aberto a qualquer curso da área da saúde, e também a gente sempre participa da curricularização da extensão na unidade curricular educação, comunicação e saúde ministrada no curso de enfermagem da UNIFESP.

Há PICs envolvidas? 

Professora Karen Mendes:  Sim! Nos projetos de pesquisas sempre tentamos fazendo essa integração, alguns já foram concluídos, em nível de iniciação científica, mestrado e doutorado e hoje sob a minha orientação, temos 2 trabalhos em andamento no eixo das práticas meditativas: um doutorado e um mestrado, mas ainda não especificamente dentro da Oncologia Integrativa, mas dentro das PICs, nós procuramos sempre relacionar extensão e pesquisa.

Quais os benefícios para os pacientes oncológicos? 

Professora Karen Mendes:  São muitas! Nas Práticas Integrativas cada uma tem uma efetividade para determinados aspectos, alguns amplos como o bem-estar qualidade de vida, outros focados em efeitos do tratamento psicológico, então por exemplo, aromaterapia é clinicamente efetiva na redução das náuseas, efeito decorrente do tratamento quimioterápico; a auriculoterapia é muito boa para as questões de ansiedade e de problemas do sono e assim em diante, então é muito variado. De uma forma geral, a gente entende que as Práticas Integrativas podem minimizar um pouco os sofrimentos decorrente desse processo de adoecimento e ganhar um pouco mais de bem-estar e como disse a Professora Luísa  “[...] apesar da doença e do sofrimento, é sobre seguir de uma forma mais positiva possível.”

 

Para mais informações  sobre o Ambulatório de Oncologia Integrativa entre em contato através do e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.